E tu, João Paulo, aceitas esta mulher?

Acredito que a vida ainda me trará muitas surpresas... A base desta suposição é não a de uma vida cheia de aventuras, mas sim longa, e a longevidade encarregar-se-á de preencher cada momento com algo de especial.

Quando a vida não o faz por si só, somos nós os encarregados desta difícil tarefa de... surpreender!

Surpreender os outros, surpreender-nos, sempre com um intuito simples - cambiar, alterar, inovar, mudar. Mudamos de vida, mas ela é a mesma. Mudamos de colegas mas as amizades são as mesmas. Mudamos de espaço, mas a decoração é a mesma. Mudamos de cozinha, mas o tempero é o mesmo. E é então que nos apercebemos que não precisamos de mudar assim tanto...

No próximo sábado vou mudar a minha vida. Vou deixar de ser um homem solteiro e passar a um estado civil (e isto é que interessa) de casado. Interessa mesmo é assumir, porque o resto será igual. Já fomos namorado e namorada. Agora somos noivo e noiva. Daqui a poucos dias seremos marido e esposa.

O que mudou?!?
TUDO!

Esta caminhada tem mudado tudo. Mudou a forma como falamos, como comunicamos, como nos queremos, como desejamos o fim de cada dia e o início do próximo, o cuidado com que nos tratamos, as precauções que tomamos, ... , porque sabemos que agora será diferente.

Será melhor, será mais feliz, será mais uno o nosso relacionamento.

E com estas mudanças todas, percebi também que há algo que não pode mudar, que é a forma como aceitamos as coisas.

Agora aceito-te Ana Patrícia, com todas as tuas particularidades, com todos os teus jeitos, com todas as tuas expressões, sentimentos, anseios, ... com tudo o que te faz ser quem és. E aceito-te não numa perspectiva egoísta ou soberana, mas sim com humildade, porque desejo que o meu aceitar seja fruto do teu querer aceitar-me também, com todos os meus difíceis pormenores... :)

Aceito que esta vai ser a transição mais fantástica de uma vida que, sendo igual, será totalmente modificada, e apenas agora começará verdadeiramente.

Aceito-te, se me aceitares, para vivermos lado a lado, independentemente da distância, do ruído, das dificuldades ou de tudo o que quisermos arranjar para dificultar as coisas, com alegria, com amor, para colocar de lado todas essas coisas que tão facilmente podem ser depostas se o quisermos.

Aceito que não poderia ser de outra forma, e que só assim poderia aceitar.

Estou a aprender a amar-te, a aceitar-te, e só contigo posso fazê-lo.

Aceitas-me?
Até já